ESPECIALIZAÇÃO MÉDICA SUÍÇA: ZURIQUE, MAIORCA, LONDRES, NOVA IORQUE

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Clinicamente editado e revisado por THE BALANCE Esquadrão
Fato verificado

Quanto mais precocemente detectado o trauma de infância, mais fácil se torna a tarefa de reenquadrar aquela criança num ciclo de vida familiar saudável. Porém, a sua sinalização nem sempre é imediata, e depende da existência de serviços públicos qualificados capazes de intervir, ou de pessoas alheias atentas e capazes de denunciar.

Ao longo dos séculos, a violência intra familiar foi sendo reconhecida por cada país, sendo este reconhecimento um passo fulcral na promoção de medidas preventivas e de ação terapêutica junto da criança. O direito à proteção da criança está consagrado na Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (ONU) desde 1989, no entanto, há ainda muito para ser feito.

Os maus-tratos na infância são uma realidade atualmente reconhecida em todo o mundo. Muitas vezes proveniente de um estigma social que passa de geração em geração, este problema do âmbito da saúde pública requer intervenção social e cultural de fundo, de forma a repercutir uma mudança na mentalidade dos seus perpetradores – os cuidadores da criança.

Porém, os traumas de infância e rejeição podem deixar marcas emocionais profundas durante anos, e a maior parte das vezes, só uma terapia direcionada no âmbito da psicologia positiva poderá ajudar a pessoa a avançar para um estado de vida mais harmonioso e promissor.

A dimensão dos traumas psicológicos na infância pode tocar variadíssimas áreas do foro psíquico e emocional da criança:

  • Negligência

A negligência pressupõe “falta de capacidade” sobre determinada matéria. No caso da negligência no cuidado a crianças, advém muitas vezes de mães imaturas e demasiado jovens que não conseguem perceber a dimensão da responsabilidade que têm por diante. Este é um dos tipos de traumas psicológicos na infância mais comuns e transversais na sociedade.

Por outro lado, pais em situação de depressão, luto ou sofrimento prolongado podem igualmente descurar as necessidades básicas da criança – mesmo não padecendo de uma perturbação psicótica. Este tipo de negligência pode igualmente causar um trauma de infância por rejeição.

  • Maus-tratos físicos

Agressão física de forma cíclica na criança, tal como cortes, aranhões, contusões, ossos quebrados ou queimaduras. Decorrente de algum tipo de distúrbio do cuidador que usa a fragilidade e submissão inerente à criança para perpetrar repetidamente este tipo de violência doméstica e familiar. Tornou-se um tipo de resposta por parte dos pais que carecem de uma estrutura mental sólida e equilibrada.

  • Abuso sexual

O abuso sexual de crianças sempre existiu. É hoje uma prática mais facilmente denunciada e por isso mesmo tenderá a desencorajar os seus agressores. No entanto, é uma realidade que envolve ainda milhares de milhões de processos em todo o mundo, e que continua a deixar marcas profundas em toda a criança vítmima de abusos sexuais.

O abuso sexual desencadeia sempre um tipo de perturbação do foro psicológico na criança, seja ele de ansiedade, descompensação psicótica ou depressão mental que deve ser tratada o mais precocemente possível através de terapia. É o tipo de trauma que pode levar ao suicídio devido ao estigma de vergonha e culpa irrealisticamente sentidos pela criança, e que qualquer terapêuta pode ajudar a desmistificar, desculpabilizando naturalmente a vítima.

  • Maus-tratos psicológicos

Os maus-tratos deixam sempre uma marca psicológica na criança – seja de que natureza forem. Este tipo de trauma decorre quase sempre da relação entre o adulto cuidador e a criança, e interfere com o nível de afeto, segurança e equilíbrio ausentes na relação familiar. 

Por exemplo, o Sindrome de Munchausen, é uma forma mais rara de trauma psicológico que consiste na invenção e/ou criação de sintomas na criança por parte do próprio adulto de forma intencional. A criança acaba sendo hospitalizada sempre que a perturbação psiquiátrica do adulto for grave. 

  • Perda do cuidador

Hoje em dia as casas e lares para crianças são uma realidade em todo o mundo. Servem para colmatar a falta do cuidador na vida daquela criança. Porém, muitas situações existem em que a criança fica abandonada até que seja sinalizada por qualquer instituição ou serviço social que a acolha, e reencaminhe. Este episódio é responsável por traumatizar a criança, por vezes de forma irreversível. 

  • Desastres naturais

Traumas provenientes de catástrofes naturais e acidentes externos vivenciados pela criança, tais como, incêndios, inundações, furações ou deslocação de refugiados podem deixar marcas profundas na criança.

Num estudo levado a cabo incidindo sobre 400 famílias perpetuadoras de maus-tratos a crianças, Kempe classificou o perfil dos cuidadores do seguinte modo :

  • 5% são francamente psicóticos
  • 5% são psicopatas agressivos
  • 90% não demonstravam psicopatologia, mas eram notórios sérios problemas na relação parental 

Kempe (1978) identifica um historial comum destes pais como tendo sido filhos igualmente negligenciados pelos próprios pais. É pois comum identificar que houve maus-tratos e falta de amor durante o seu desenvolvimento – o que contribui enormemente para um crescente sentimento de frustração pessoal, nunca sanado, e que muito comumente vem à superfície quando se tornam eles próprios pais de filhos, por se sentirem frustrados, ao não verem nos filhos a concretização das suas expectativas.

Segundo o manual da psicologia e psiquiatria da infância e adolescência, podemos identificar os seguintes denominadores comuns no passado dos agressores:

  • Vítimas de abandono ou violência física na infância
  • Baixo nível de autoestima
  • Controlo de agressividade e impulsividade deficitários
  • Hipersensibilidade a críticas e ausência de culpabilidade (auto-responsabilização)
  • Vitimas de depressão não curada
  • Fraca definição de diferenciação de papéis entre pais e filhos, ou entre pai e mãe, e que podem conduzir ao consentimento do mau-trato intra familiar
  • Nível de expectativas sobre os filhos pouco realista 

Determinadas crianças serão sempre alvos mais fáceis de maus-tratos. Falamos de crianças com temperamento irritável e de crianças de natureza doente e/ou deficiente (por exigem maiores cuidados e atenção). São por isso vítimas mais fáceis do que crianças alegres e saudáveis, e devem suscitar maior atenção por parte de técnicos e professores.

No entanto, a deteção dos maus-tratos na infância é muitas vezes dificultada pela tendência da própria criança em esconder tais factos, ou ainda pelo tardio reconhecimento por parte do técnico/professor de ausência de amor maternal. Por este motivo se torna essencial recolher a própria anamnese do cuidador, numa tentativa de catalogar o perfil do mesmo, e agir de forma preventiva.

A escuta empática e uma observação cuidadosa por parte dos técnicos e agentes sociais são essenciais à boa prevenção de maus-tratos na infância. Este pode ser o melhor antídoto.

Desta escuta ativa resulta a possibilidade de disponibilizar apoio individualizado ao cuidador depressivo por forma a ajudar na resolução dos problemas existentes no seio familiar. Muitas vezes, a terapia direcionada aos pais pode evitar casos dramáticos de violência infantil e doméstica.

Estes técnicos de acompanhamento e equipas multidisciplinares das escolas, centros juvenis, creches e lares de crianças são, por isso, peças essenciais à precoce deteção do que traumas de infância podem causar.

De que forma os traumas de infância afetam a vida adulta? Tal como vimos, um trauma de infância não tratado ou sanado, desencadeia muitas vezes um crescente sentimento de frustração e déficit de autoestima no adulto

Um filho negligenciado pode tornar-se um pai negligente. O trauma de infância e rejeição inerentes sentidos pela criança podem deixar marcas demasiado profundas, e que só poderão ser resolvidas com uma adequada terapia ao nível da psicologia positiva.

Alguns traumas da infância e suas consequências na vida adulta:

  • Comportamento agressivo passivo – é caracterizado pela tendência de isolamento que o ser humano exerce como resposta às situações de raiva vividas no passado, numa postura agressiva passiva, afastando de si quem se quiser aproximar.
  • Distúrbios de apego – resulta de traumas de infância vivenciados entre os 6 meses e os três anos de idade. Estas crianças revelam, por norma, dificuldades em estabelecer relações com os outros.
  • Estados alterados de consciência – quando a criança vivencia o trauma ao longo de vários anos, pode desenvolver um recorrente estado de consciencia dissociativo, que pode visitar de forma recorrente, e sem que consiga ter perceção disso mesmo. Este fenómeno funciona como um escape à realidade e pode perdurar ao longo da vida adulta.
  • Défice de controlo comportamental – é um comportamento implusivo e narcisista da criança que sofreu algum tipo de trauma infantil, e não desenvolveu a capacidade de controlar e equilibrar as suas emoções. Age de forma impulsiva para chamar a atenção de quem o rodeia. Uma atenção que não lhe foi dada enquanto criança.
  • Perturbação de Stress Pós-Traumático (PSPT, TEPT, PTSD) – Esta é uma resposta ao trauma de infância cada vez mais comum, e que se pode manifestar de diferentes formas, incluindo o suicídio. Necessita de acompanhamento médico.

O trauma psicológico da criança pressupõe sempre um jogo emocional com a criança por parte do cuidador. A componente psicológica da criança fica desta forma abalada estruturalmente, uma vez que ela se viu privada da sua dignidade emocional. Por este motivo, o trauma na infância e a psicanálise entrecruzaram-se no passado para encontrar respostas.

Freud havia definido na teoria psicanalítica que a neurose infantil é precursora da neurose adulta (Estudos sobre a Histeria, 1896). No entanto, posteriores analistas, nomeadamente Anna Freud, ajudaram a distinguir a neurose infantil do seu processo analítico, isto é, da neurose clínica (que nem sempre conduz a uma neurose de adulto (Lebovici, 1982)). 

Hoje, as psicoterapias psicodinâmicas redefiniram a neurose infantil e investem em variadíssimas abordagens da psicoterapia atual (de acordo com o DSM-5) sem menosprezar a pressão psicológica que o adulto exerce na criança, e o quão isto interfere com as suas emoções básicas como o amor-próprio, a autoestima e autoproteção. 

A intervenção e tratamento de maus-tratos na infância dependem da ação dos técnicos que vão avaliar os pais, as crianças, a relação entre ambos e o suporte social e familiar que as assiste. Deve a intervenção ser multidisciplinar e no mais breve curto espaço de tempo.

A possibilidade de afastamento dos pais e filhos deve ser sempre tida em conta por forma a minimizar as sequências nefastas do trauma decorrente. O ponto crucial deve ser sempre a proteção imediata da criança, dos seus direitos e segurança física e psicológica.

 A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é atualmente a abordagem mais comum e eficaz num vasto espectro de doenças do foro psicológico da criança, e provenientes de traumas de infância – sobretudo acima dos 7 anos de idade. Consiste em ajudar a criança a identificar os padroes de pensamento disfuncionais, e que estão na origem de comportamentos desadaptados e desagradáveis para a encaminhar para um “lugar mais seguro” dentro da sua própria mente.

As vantagens da abordagem psicoterapêutica

É uma abordagem mais holística dentro da psicoterapia e defende uma intervenção terapêutica de qualidade assente numa atitude positiva e acrítica; apologista do trato caloroso e de cordialidade; do respeito e do não julgamento incondicional perante a vítima. Pressupõe uma ressignificação de vida e cura emocional mais efetivas.

No documento oficial publicado em Diário da República Português “ação de saúde para crianças e jovens em risco” podemos considerar algumas abordagens-tipo de como superar traumas de infância, tais como:

  • Abordagem psicológica com as crianças, por forma a qualificar a profundidade do trauma e a intervenção necessária à sanação
  • Estabelecimento de uma aliança terapêutica familiar, em que será dada a oportunidade de verbalização dos danos e sofrimento causados numa tentativa de tomada de consciência por parte do cuidador.
  • Intervenção psicológico-psicoterapêutica, ajustada às deficiências da própria criança e traumas do cuidador. Cada familia deve ter uma resposta personalizada e ajustada à sua própria realidade – seja de cariz social, financeiro ou cultural.
  • Incentivo de círculos de atividade e reuniões familiares promotoras de bons hábitos e ressignificação dos traumas passados entre mães, pais e crianças vítimas de semelhante contexto sócio-cultural.

Tal como defendemos sempre na Clínica Balance, o importante é permitir uma abordagem holística à vítima de maus-tratos de forma a poder sanar por completo todas as mazelas vividas no passado. Todos os seus traumas não curados. 

Não se podendo mudar o passado, é totalmente possível ressignificá-lo, e atribuir-lhe novo valor. Nova vida.

FAQs

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