ESPECIALIZAÇÃO MÉDICA SUÍÇA: ZURIQUE, MAIORCA, LONDRES, NOVA IORQUE

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Clinicamente editado e revisado por THE BALANCE Esquadrão
Fato verificado

A Síndrome de Abstinência, também denominada de Síndrome de Descontinuação ou Síndrome de Privação, acontece quando uma pessoa desenvolve dependência fisiológica de uma substância e cessa ou interrompe o uso daquela substância. A Síndrome de Abstinência pode ter lugar devido à interrupção do consumo de um grande número de substâncias, incluindo o álcool, as drogas ilícitas e as medicações sujeitas a prescrição médica. 

Síndrome de Abstinência

De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico para Transtornos Mentais – 5ª edição (DSM-5), a abstinência de uma substância é caracterizada como “a alteração comportamental problemática específica da substância, com componentes fisiológicos e cognitivos, devido à cessação ou redução no uso pesado e prolongado da substância” (Associação Americana de Psiquiatria, 2013), e na Classificação Internacional de Doenças – 10ª edição (CID-10), como “um conjunto de sintomas com aglomeração e gravidade variáveis, ​​que ocorrem na abstinência absoluta ou relativa de uma substância psicoativa após o uso persistente dessa substância” (OMS, 1993).

O conceito de abstinência pode ser aplicado a múltiplas substâncias causadoras de dependência. A sintomatologia associada à abstinência, ou privação, não é a mesma para todas as substâncias causadoras de dependência. Com efeito, o abuso de álcool possui mecanismos de habituação que produzem síndrome de abstinência diversa daqueles que são produzidos na privação de opiáceos, psicotrópicos ou outras substâncias com outros mecanismos de habituação. 

Os efeitos da cessação de consumo de substâncias psicoativas constituem a síndrome de abstinência, cujos sintomas podem ser graves e originar complicações potencialmente fatais. 

abstinência

Os sintomas de abstinência de drogas variam conforme a substância de abuso. No caso da dependência do álcool, a abstinência deve-se ao facto de que a substância é depressora do sistema nervoso central. As alterações depressoras neurológicas produzem um estado de euforia que irá requerer a ingestão de quantidades cada vez maiores álcool para atingir o mesmo efeito. A interrupção súbita do consumo de álcool produz a sintomatologia de abstinência propriamente dita, consistindo de taquicardia, tremor, sudorese e complicações neuropsiquiátricas como delirium ou convulsões (Kattimani & Bharadwaj, 2013).

No que concerne à privação de canabinoides, a sintomatologia mais comum da abstinência é multifatorial: ansiedade, irritabilidade, raiva, heteroagressividade, alterações do sono, humor deprimido e perda de apetite. Alguns sintomas físicos menos comuns incluem arrepios, dores de cabeça, tensão física, sudorese e dor de estômago (Connor et al., 2022).

A síndrome de abstinência de opiáceos é um conjunto de sinais clínicos característicos que incluem hipertensão, taquicardia, midríase, piloereção (“pele de galinha”), lacrimejamento, rinorreia, bocejos, insónia, náuseas, vómitos e diarreia.

Na dependência de anfetaminas, a sintomatologia de privação costuma ser suficientemente grave para causar a recaída no uso de drogas. A prevalência da síndrome de abstinência de anfetaminas é muito comum com cerca de 87% dos utilizadores a reportar sintomas: humor disfórico e dois ou mais sintomas: fadiga, sonhos vívidos ou desagradáveis, insónia ou hipersonia, aumento do apetite e agitação ou retardamento psicomotor. Clinicamente, indivíduos dependentes de anfetaminas em abstinência aguda relatam sentir grave disforia, irritabilidade e melancolia, ansiedade, hipersónia e fadiga acentuada, desejo intenso pela droga e paranoia (Shoptaw et al., 2009).

No que diz respeito aos canabinoides, o início dos sintomas geralmente ocorre 24 a 48 horas após a cessação do consumo e a maioria dos sintomas geralmente atinge o pico entre o segundo e o sexto dia de descontinuação. A duração e a gravidade da abstinência de canábis estão muito associadas à quantidade de canábis consumida antes da cessação, mas podem variar consideravelmente. Em utilizadores pesados, os sintomas de abstinência podem verificar-se durante 2 a 3 semanas ou mais.

No caso dos opiáceos, a duração da abstinência depende da semivida do opiáceo utilizado. Por exemplo, os opiáceos com meias-vidas curtas (p. ex., heroína a 3-5 h) estão associados a um início de abstinência nas 12 horas seguintes à última utilização, ao passo que a cessação de opiáceos com semividas mais longas (p. ex., metadona, até 96 h) pode resultar em sintomas de abstinência que ocorrem 1-3 dias após a última utilização. De igual modo, a duração da síndrome está normalmente relacionada com a semivida do opiáceo. Por exemplo, a abstinência de heroína dura 4ª 5 dias e a abstinência de metadona dura 7 a 14 dias, mas pode ser ainda mais prolongada, durando, em certos casos, várias semanas (Srivastava et al., 2020).

Já no que concerne à dependência de medicamentos psicotrópicos (benzodiazepinas, agonistas não benzodiazepínicos dos recetores benzodiazepínicos, antidepressivos, quetamina, antipsicóticos, lítio, estabilizadores do humor, etc.), os sintomas de abstinência comuns a todas as substâncias são as náuseas, as cefaleias e as alterações do sono. Verificam-se também sintomas específicos de cada substância, por exemplo, no caso da serotonina, sintomas gripais, diarreia e estado confusional agudo.

Quanto às anfetaminas, os sintomas de abstinência surgem 24 horas após o último uso, à que se seguem duas fases que podem durar três semanas ou mais. A primeira fase desta síndrome é a “quebra” inicial que se resolve em cerca de uma semana. Os sintomas graves na fase de “quebra” da abstinência de anfetaminas incluem aumento do sono (em média 2 a 3 horas a mais por noite, mas com má qualidade do sono, sono leve, despertares frequentes e falta de clareza ao acordar), aumento do apetite e diminuição das queixas de depressão. Segue-se um conjunto subagudo e prolongado de sintomas de abstinência que geralmente desaparecem em três semanas e que não são tão bem definidos, incluindo distúrbios do sono contínuos (hipersónia ou insônia leve e aumento contínuo do apetite). Alguns sintomas podem prolongar-se por semanas ou meses (Shoptaw et al., idem).

Ainda que cada substância produza sintomatologia de privação diversa e de duração igualmente díspar, as fases comuns da síndrome de abstinência são: Fase Inicial, Fase de Pico e Fase de Abrandamento. A duração e severidade de cada uma destas fases depende de inúmeros fatores, mas principalmente o tipo de substância consumida e há quanto tempo, as substâncias consumidas em concomitância e há quanto tempo, as características genéticas, neurofisiológicas e sociais do paciente, para além de certos fatores ambientais. 

Fases da abstinência

O transtorno físico e mental provocado pela abstinência pode ser suficientemente severo para necessitar de cuidados de saúde imediatos. Nos casos em que os sintomas são suportáveis, pode ser útil promover algumas alterações no quotidiano para melhor tolerar os efeitos nefastos da privação.

Programa médico de desintoxicação – programa de internamento com duração de entre 5 a 10 dias providenciando supervisão e apoio médico, administração de fármacos e suporte psicológico.

Exercício físico regular – a libertação de endorfinas pode ajudar o organismo a atingir um estado de equilíbrio mais rapidamente. O exercício contribui igualmente para a redução da ansiedade, favorece o sono e reduz os impulsos que muitas vezes levam à recaída (Smith & Lynch, 2012).

Dieta equilibrada e nutritiva – os alimentos proteicos e ricos em vitaminas e nutrientes permitem restabelecer um adequado funcionamento do corpo e da mente. A toma de suplementos vitamínicos ajuda a repor as perdas ocorridas durante a fase da adição. A adequada nutrição favorece também o humor e reduz as emoções negativas.

Hidratação – a abstinência pode produzir desidratação do organismo. A água deverá ser reposta, considerando até que certos impulsos para consumir podem ser diminuídos com a ingestão de água.

Higiene do sono – é fundamental estabelecer horários rígidos para adormecer e acordar, reduzir os estímulos sensoriais antes de dormir (não fazer exercício, não ver tv, não usar telemóvel, etc.) e usar técnicas de relaxamento ao deitar. A regulação dos ciclos circadianos desempenha um papel fundamental na prevenção e tratamento das perturbações do sono associadas a consumo de substâncias (Hasler et al., 2012). 

Combinar desintoxicação com tratamentos holísticos – as medicinas alternativas podem ser complementares ao tratamento médico e farmacológico em circunstâncias de abstinência, estando provados os benefícios da quiropraxia, da terapia de massagem e da acupunctura (Wu et al., 2016). 

A abstinência de certas substâncias, tais como o álcool e as benzodiazepinas, se não adequadamente tratada por profissionais médicos, pode ser severa ou mesmo fatal. No caso do álcool, a sintomatologia severa pode originar um estado de delirium tremens, o qual pode resultar em convulsões ou morte. Os procedimentos médicos nestes casos são fundamentais para salvar vidas.

Já no caso dos opiáceos, os sintomas de abstinência podem ser extremamente desconfortáveis, apesar de não potencialmente fatais. Porém, a sua severidade, se não for medicamente tratada, aumenta exponencialmente a probabilidade de recaída em consumos, sendo que é nesta conjuntura que ocorrem a maior parte das sobredosagens (“overdose”).

A desintoxicação médica é por isso o principal procedimento a levar a cabo na Fase de Pico da síndrome de abstinência, devendo ser concretizada por profissionais de saúde, para gestão da sintomatologia de privação, alívio do desconforto e minimização das complicações associadas à abstinência.

Na clínica The Balance, na paradisíaca ilha de Maiorca, em pleno Mar Mediterrânico, os pacientes com o maior grau de exigência poderão beneficiar de um acompanhamento médico integrado com terapias complementares.

American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.).

Connor JP, Stjepanović D, Budney AJ, Le Foll B, Hall WD. Clinical management of cannabis withdrawal. Addiction. 2022 Jul;117(7):2075-2095. 

Cosci F, Chouinard G. Acute and Persistent Withdrawal Syndromes Following Discontinuation of Psychotropic Medications. Psychother Psychosom. 2020;89(5):283-306. 

Hasler BP, Smith LJ, Cousins JC, Bootzin RR. Circadian rhythms, sleep, and substance abuse. Sleep Med Rev. 2012 Feb;16(1):67-81. 

Kattimani S, Bharadwaj B. Clinical management of alcohol withdrawal: A systematic review. Ind Psychiatry J. 2013 Jul;22(2):100-8. 

Shoptaw SJ, Kao U, Heinzerling K, Ling W. Treatment for amphetamine withdrawal. Cochrane Database Syst Rev. 2009 Apr 15;2009(2):CD003021. 

Smith, M. A., & Lynch, W. J. (2012). Exercise as a Potential Treatment for Drug Abuse: Evidence from Preclinical Studies. Frontiers in Psychiatry, 2.

Srivastava AB, Mariani JJ, Levin FR. New directions in the treatment of opioid withdrawal. Lancet. 2020 Jun 20;395(10241):1938-1948

World Health Organization (WHO). 1993. The ICD-10 Classification of Mental and Behavioural Disorders. Genève, Switzerland: World Health Organization.

Wu SL, Leung AW, Yew DT. Acupuncture for Detoxification in Treatment of Opioid Addiction. East Asian Arch Psychiatry. 2016 Jun;26(2):70-6. 

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